SINAIS MÁGICOS

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CRONOGRAMA DE HISTÓRIA DE SURDOS Por Prof. Karin Strobel

CRONOGRAMA DE HISTÓRIA DE SURDOS
O ser surdo está presente como sinal e marca de
uma diferença, de uma cultura e de uma alteridade
que não equivale à dos ouvintes.
Autor desconhecido
Iniciaremos esta unidade mencionando algumas versões históricas de
surdos oficiais registrados em muitos livros. Os fatos listados no cronograma
abaixo seguem na seqüência em cinco grandes períodos: Pré-História, Idade
Antiga ou Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Esperamos que venham a convir para que todos possam analisar os seus
estudos com antecedência já com um conhecimento prévio dos assuntos a serem
abordados.
Cito alguns trechos interessante do artigo produzido pela autora
Nascimento (acesso 20/09/2006)1, segundo ela, um professor surdo da França,
Berthier escreveu que:
“Inicia a história na antigüidade, relatando as conhecidas
atrocidades realizadas contra os surdos pelos espartanos, que
condenavam a criança a sofrer a mesma morte reservada ao
retardado ou ao deformado: "A infortunada criança era
prontamente asfixiada ou tinha sua garganta cortada ou era
lançada de um precipício para dentro das ondas. Era uma traição
poupar uma criatura de quem a nação nada poderia esperar"
(BERTHIER, 1984, p.165).
As narrativas das experiências de vida de sujeitos surdos mostram que não
existem só as versões de professores ouvintes, abades, médicos, políticos e
outros. Nas comunidades surdas, a associação dos surdos é um dos lugares mais
propícios para dar ‘voz’ a essas novas fontes!
Este cronograma é extração de várias partes de muitas publicações sobre a
história dos surdos, isto não quer dizer que toda a história é verictica ou não, para
isto há uma grande necessidade de uma pesquisa mais profunda para comprovar
cada fato histórico registrado, assim como afirma Berthier:
“Até esse ponto sua narrativa da história dos surdos não
apresenta nenhuma novidade, mas ao iniciar o relato da
educação dos surdos a partir da idade moderna, nos surpreende
com a afirmação de que é um erro considerar Pedro Ponce de
León (1520 - 1584) o primeiro professor de surdos”
“Ainda tratando de professores espanhóis, Berthier nos revela sua
indignação ao ver Juan Pablo Bonet (1579-1629), autor do livro
"Arte para enseñar a hablar a los mudos", creditar a si a
descoberta de como ensinar o surdo a falar. Segundo Berthier, tal
crédito poderia ser reivindicado por seu rival Ramirez de Carrion,
que era surdo congênito e teve sucesso, no julgamento dos
críticos de seu tempo, em um experimento com Emmanuel
Philibert, o príncipe surdo de Carignan. “Seu livro, publicado nove
anos depois do de Bonet, recebeu o título Maravillas de
naturaleza, em que se contienen dos mil secretos de cosas
naturales, 1629”. (BERTHIER, 1984, p. 170).”
1 Nascimento, Lilian Cristine Ribeiro, “UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS
SURDOS, SEGUNDO FERDINAND BERTHIER”,
http://143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=126&layout=abstract acesso: 20/09/2006.
Idade Antiga
Escrita a 476 d.C,
Bíblia: E trouxeram-lhe um surdo, que falava
dificilmente: e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. E
tirando-o à parte de entre multidão, meteu-lhe os dedos nos
ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua. E levantando os
olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te. E logo
se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e
falava perfeitamente. E ordenou-lhes que a ninguém o
dissessem; mas, quanto mais lho proibia, tanto mais o
divulgavam. E admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz
bem: faz ouvir os surdos e falar os mudos. (Marcos, 7: 31-37)
Na Roma não perdoavam os surdos porque achavam
que eram pessoas castigadas ou enfeitiçadas, a questão era
resolvida por abandono ou com a eliminação física –
jogavam os surdos em rio Tiger. Só se salvavam aqueles que
do rio conseguiam sobreviver ou aqueles cujos pais os
escondiam, mas era muito raro – e também faziam os surdos
de escravos obrigando-os a passar toda a vida dentro do
moinho de trigo empurrando a manivela.
Na Grecia, os surdos eram considerados inválidos e muito
incômodo para a sociedade, por isto eram condenados à
morte – lançados abaixo do topo de rochedos de Taygéte,
nas águas de Barathere - e os sobreviventes viviam
miseravelmente como escravos ou abandonados só.
Para Egito e Pérsia, os surdos eram considerados como
criaturas privilegiadas, enviados dos deuses, porque
acreditavam que eles comunicavam em segredo com os
deuses. Havia um forte sentimento humanitário e respeito,
protegiam e tributavam aos surdos a adoração, no entanto,
os surdos tinham vida inativa e não eram educados
500 a.C.
O filósofo Hipócrates associou a clareza da palavra
com a mobilidade da língua, mas nada falou sobre a audição
470 a.C.
O filósofo heródoto classificava os surdos como
“Seres castigados pelos deuses”.
O filósofo grego Sócrates perguntou ao seu discípulo
Hermógenes: “Suponha que nós não tenhamos voz ou
língua, e queiramos indicar objetos um ao outro. Não
deveríamos nós, como os surdos-mudos, fazer sinais com as
mãos, a cabeça e o resto do corpo?” Hermógenes respondeu:
“Como poderia ser de outra maneira, Sócrates?” (Cratylus de
Plato, discípulo e cronista, 368 a.C.).
355 a.C.
O filósofo Aristóteles (384 – 322 a.C.) acreditava
que quando não se falavam, consequentemente não
possuíam linguagem e tampouco pensamento, dizia que: “...
de todas as sensações, é a audição que contribuiu mais para
a inteligência e o conhecimento..., portanto, os nascidos
surdo-mudo se tornam insensatos e naturalmente incapazes
de razão”, ele achava absurdo a intenção de ensinar o surdo
a falar.
Idade Média
476 - 1453
Não davam tratamento digno aos surdos, colocava-os em
imensa fogueira. Os surdos eram sujeitos estranhos e objetos
de curiosidades da sociedade.
Aos surdos eram proibido receberem a comunhão porque
eram incapazes de confessar seus pecados, também haviam
decretos bíblicos contra o casamento de duas pessoas surdas
só sendo permitido aqueles que recebiam favor do Papa.
Também existiam leis que proibiam os surdos de receberem
heranças, de votar e enfim, de todos os direitos como
cidadãos.
530
Os monges beneditinos, na Itália, empregavam uma
forma de sinais para comunicar entre eles, a fim de não
violar o rígido votos de silêncio.
Idade moderna
1453 – 1789
1500
Girolamo Cardano (1501-1576) era médico filósofo
que reconhecia a habilidade do surdo para a razão,
afirmava que “...a surdez e mudez não é o impedimento
para desenvolver a aprendizagem e o meio melhor dos
surdos de aprender é através da escrita... e que era um crime
não instruir um surdo-mudo.” Ele utilizava a língua de
sinais e escrita com os surdos.
O monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1510-
1584), na Espanha, estabeleceu a primeira escola para
surdos em um monastério de Valladolid, inicialmente
ensinava latim, grego e italiano, conceitos de física e
astronomia aos dois irmãos surdos, Francisco e Pedro
Velasco, membros de uma importante família de
aristocratas espanhóis; Francisco conquistou o direito de
receber a herança como marquês de Berlanger e Pedro se
tornou padre com a permissão do Papa. Ponce de Leon
usava como metodologia a dactilologia, escrita e oralização.
Mais tarde ele criou escola para professores de surdos.
Porém ele não publicou nada em sua vida e depois de sua
morte o seu método caiu no esquecimento porque a tradição
na época era de guardar segredos sobre os métodos de
educação de surdos.
Nesta época, só os surdos que conseguiam falar tinham
direito à herança.
Fray de Melchor Yebra, de Madrid, escreveu livro
chamado “Refugium Infirmorum” ,que descreve e ilustra o
alfabeto manual da época. 1613
Na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1623) iniciou
a educação com outro membro surdo da família Velasco,
Dom Luís, através de sinais, treinamento da fala e o uso de
alfabeto dactilologia, teve tanto sucesso que foi nomeado
pelo rei Henrique IV como “Marquês de Frenzo”.
O Juan Pablo Bonet publicou o primeiro livro sobre
a educação de surdos em que expunha o seu método oral,
“Reduccion de las letras y arte para enseñar a hablar a los
mudos” no ano de 1620 em Madrid, Espanha. Bonet
defendia também o ensino precoce de alfabeto manual aos
surdos.
1644
John Bulwer (1614-1684) publicou “Chirologia e
Natural Language of the Hand”, onde preconiza a
utilização de alfabeto manual, língua de sinais e leitura
labial, idéia defendida pelo George Dalgarno anos mais
tarde.
John Bulwer acreditava que a língua de sinais era
universal e seus elementos constituídos icônicos.
1648
John Bulwer publicou “Philocopus”, onde afirmava
que a língua de sinais era capaz de expressar os mesmos
conceitos que a língua oral
1700
Johan Conrad Ammon (1669-1724), médico suíço
desenvolveu e publicou método pedagógico da fala e da
leitura labial: “Surdus Laquens”.
1741
Jacob Rodrigues Pereire (1715-1780),foi
provavelmente o primeiro professor de surdos na França,
oralizou a sua irmã surda e utilizou o ensino de fala e de
exercícios auditivos com os surdos. A Academia Francesa de
Ciências reconheceu o grande progresso alcançado por
Pereire: “Não tem nenhuma dificuldade em admitir que a
arte de leitura labial com suas reconhecidas limitações, (...)
será de grande utilidade para os outros surdos-mudos da
mesma classe, (...) assim como o alfabeto manual que o
Pereira utiliza”.
.1755
Samuel Heinicke (1729-1790) o “Pai do Método
Alemão” – Oralismo puro – iniciou as bases da filosofia
oralista, onde um grande valor era atribuído somente à fala,
em Alemanha.
Samuel Heinicke publicou uma obra “Observações sobre os
Mudos e sobre a Palavra”.
Em ano de 1778 o Samuel Heinicke fundou a primeira
escola de oralismo puro em Leipzig, inicialmente a sua
escola tinha 9 alunos surdos. Em carta escrita à L’Epée, o
Heinicke narra: “meus alunos são ensinados por meio de um
processo fácil e lento de fala em sua língua pátria e língua
estrangeira através da voz clara e com distintas entonações
para a habitações e compreensão
Uma pessoa muito conhecida na história de
educação dos surdos, o abade Charles Michel de L’Epée
(1712-1789) conheceu duas irmãs gêmeas surdas que se
comunicavam através de gestos, iniciou e manteve contato
com os surdos carentes e humildes que perambulavam pela
cidade de Paris, procurando aprender seu meio de
comunicação e levar a efeito os primeiros estudos sérios
sobre a língua de sinais. Procurou instruir os surdos em sua
própria casa, com as combinações de língua de sinais e
gramática francesa sinalizada denominado de “Sinais
métodicos”. L’Epée recebeu muita crítica pelo seu trabalho,
principalmente dos educadores oralistas, entre eles, o
Samuel Heinicke.
Todo o trabalho de abade L’Epée com os surdos
dependia dos recursos financeiros das famílias dos surdos e
das ajudas de caridades da sociedade.
Abade Charles Michel de L’Epée fundou a primeira
escola pública para os surdos “Instituto para Jovens Surdos
e Mudos de Paris” e treinou inúmeros professores para
surdos.
O abade Charles Michel de L’Epée publicou sobre o ensino
dos surdos e mudos por meio de sinais metódicos: “A
verdadeira maneira de instruir os surdos-mudos”, o abade
colocou as regras sintáticas e também o alfabeto manual
inventado pelo Pablo Bonnet e esta obra foi mais tarde
completada com a teoria pelo abade Roch-Ambroise Sicard.
1760
Thomas Braidwood abre a primeira escola para
surdos na Inglaterra, ele ensinava aos surdos os significados
das palavras e sua pronúncia, valorizando a leitura
orofacial
Idade
contemporânea
1789 até os nossos dias
1789
Abade Charles Michel de L’Epée morre. Na ocasião
de sua morte, ele já tinha fundado 21 escolas para surdos na
França e na Europa.
1802
Jean marc Itard, Estados Unidos, afirmava que o
surdo podia ser treinado para ouvir palavras, ele foi o
responsável pelo clássico trabalho com Victor, o “garoto
selvagem” (o menino que foi encontrado vivendo junto com
os lobos na floresta de Aveyron, no sul da França),
considerando o comportamento semelhante à um animal por
falta de socialização e educação, apesar de não ter obtido
sucesso com o “selvagem” na relação à língua francesa, mas
influenciou na educação especial com o seu programa de
adaptação do ambiente; afirmava que o ensino de língua de
sinais implicava o estímulo de percepção de memória, de
atenção e dos sentidos.
1814
Em Hartford, nos Estados unidos, o reverendo
Thomas Hopkins Gallaudet (1787-1851) observava as
crianças brincando no seu jardim quando percebeu que uma
menina, Alice Gogswell, não participava das brincadeiras
por ser surda e era rejeitada das demais crianças. Gallaudet
ficou profundamente tocado pelo mutismo da Alice e pelo
fato de ela não ter uma escola para freqüentar, pois na
época não havia nenhuma escola de surdos nos Estados
Unidos. Gallaudet tentou ensinar-lhe pessoalmente e
juntamente com o pai da menina, o Dr. Masson Fitch
Gogswell, pensou na possibilidade de criar uma escola para
surdos.
O americano Thomas Hopkins Gallaudet parte à Europa
para buscar métodos de ensino aos surdos. Na Inglaterra, o
Gallaudet foi conhecer o trabalho realizado por Braidwood,
em escola “Watson’s Asylum” (uma escola onde os métodos
eram secretos, caros e ciumentamente guardados) que usava
a língua oral na educação dos surdos, porém foi impedido e
recusaram-lhe a expor a metodologia, não tendo outra opção
o Gallaudet partiu para a França onde foi bem acolhido e
impressionou-se com o método de língua de sinais usado
pelo abade Sicard.
Thomas Hopkins Gallaudet volta à América trazendo o
professor surdo Laurent Clerc, melhor aluno do “Instituto
Nacional para Surdos Mudos”, de Paris. Durante a
travessia de 52 dias na viagem de volta ao Estados Unidos,
Clerc ensinou a língua de sinais para Gallaudet que por sua
vez lhe ensinou o inglês.
Thomas H. Gallaudet, junto com Clerc fundou em Hartford,
15 de abril, a primeira escola permanente para surdos nos
Estados Unidos, “Asilo de Connecticut para Educação e
Ensino de pessoas Surdas e Mudas”. Com o sucesso
imediato da escola levou à abertura de outras escolas de
surdos pelos Estados Undisos, quase todos os professores de
surdos já eram usuários fluentes em língua de sinais e
muitos eram surdos também.
1846
Alexander Melville Bell, professor de surdos, o pai
do célebre inventor de telefone Alexander Grahan Bell,
inventou um código de símbolos chamado “Fala vísivel” ou
“Linguagem vísivel”, sistema que utilizava desenhos dos
lábios, garganta, língua, dentes e palato, para que os surdos
repitam os movimentos e os sons indicados pelo professor.
1855
Eduardo Huet, professor surdo com experiência de
mestrado e cursos em Paris, chega ao Brasil sob beneplácido
do imperador D.Pedro II, com a intenção de abrir uma
escola para pessoas surdas.
1857
Foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de
Janeiro – Brasil, o “Imperial Instituto dos Surdos-
Mudos”,hoje, “Instituto Nacional de Educação de
Surdos”– INES, criada pela Lei nº 939 (ou 839?) no dia 26
de setembro. Foi nesta escola que surgiu, da mistura da
língua de sinais francesa com os sistemas já usados pelos
surdos de várias regiões do Brasil, a LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais). Dezembro do mesmo ano, o Eduardo
Huet apresentou ao grupo de pessoas na presença do
imperador D.Pedro II os resultados de seu trabalho
causando boa impressão.
1861
Ernest Huet foi embora do Brasil devido aos seus
problemas pessoais, para lecionar aos surdos no México,
neste período o INES ficou sendo dirigido por Frei do
Carmo que logo abandonou o cargo alegando: “Não agüento
as confusões” e com isto foi substituído por Ernesto do
Prado Seixa.
1862
Foi contratado para cargo de diretor do INES, Rio
de Janeiro, o Dr. Manoel Magalhães Couto, que não tinha
experiência de educação com os surdos.
1864
Foi fundado a primeira universidade nacional para
surdos “Universidade Gallaudet” em Washington –
Estados Unidos, um sonho de Thomas Hopkins Gallaudet
realizado pelo filho do mesmo, Edward Miner Gallaudet
(1837-1917)
1867
Alexander Grahan Bell (1847-1922), nos Estados
Unidos, dedicou-se aos estudos sobre acústica e fonética.
1868
Após a inspeção governamental, o INES foi
considerado um asilo de surdos, então o dr. Manoel
Magalhães foi demitido e o sr. Tobias Leite assumiu a
direção.
Entre os anos 1870 e 1890, o Alexander Grahan Bell
publicou vários artigos criticando casamentos entre pessoas
surdas, a cultura surda e as escolas residenciais para surdos,
alegando que são os fatores o isolamento dos surdos com a
sociedade. Ele era contra a língua de sinais argumentando
que a mesma não propiciavam o desenvolvimento
intelectual dos surdos.
1872
Alexander Graham Bell abriu sua própria escola
para treinar os professores de surdos em Boston, publicou
livreto com método “ O pioneiro da fala visível”, a
continuação do trabalho do pai.
1873
Alexander Graham Bell deu aulas de fisiologia da
voz para surdos na Universidader de Boston. Lá ele
conheceu a surda Mabel Gardiner Hulbard com quem se
casou no ano 1877.
1875
Um ex-aluno do INES, Flausino José da Gama, aos
18 anos, publicou “Iconografia dos Signaes dos Surdos-
Mudos”, o primeiro dicionário de língua de sinais no Brasil.
1880
Realizou-se Congresso Internacional de Surdo-
Mudez, em Milão – Itália, onde o método oral foi votado o
mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a
língua de sinais foi proibida oficialmente alegando que a
mesma destruía a capacidade da fala dos surdos,
argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar,
preferindo a usar a língua de sinais. O Alexander Graham
Bell teve grande influência neste congresso. Este congresso
foi organizado, patrocinado e conduzido por muitos
especialistas ouvintes na área de surdez, todos defensores
do oralismo puro (a maioria já havia empenhado muito
antes de congresso em fazer prevalecer o método oral puro
no ensino dos surdos). Na ocasião de votação na assembléia
geral realizada no congresso todos os professores surdos
foram negados o direito de votar e excluídos, dos 164
representantes presentes ouvintes, apenas 5 dos Estados
Unidos votaram contra o oralismo puro.
Nasce a Hellen Keller em Alabama, Estados
Unidos. Ela ficou cega, surda e muda aos 2 anos de idade.
Aos 7 anos foi confiada a professora Anne Mansfield
Sullivan, que lhe ensinou o alfabeto manual tatil (método
empregado pelos surdos-cegos). Hellen Keller obteve graus
universitários e publicou trabalhos autobiográficos.
1932
O escultor surdo, Antônio Pitanga, pernambucano,
formado pela escola de Belas Artes, foi vencedor dos
prêmios: Medalha de prata (escultura Menino sorrindo),
Medalha de ouro (Escultura Ícaro) e o prêmio viagem à
Europa (com a escultura Paraguassú).
1951
Um surdo, Vicente de Paulo Penido Burnier foi
ordenado como padre no dia 22 de setembro. Ele esperou
durante 3 anos uma liberação do Papa da Lei Direito
Canônico que na época proibia surdo de se tornar padre.
1957
Por decreto imperial, Lei nº 3.198, de 6 de julho,
o “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos” passou a chamarse
“Instituto Nacional de Educação dos Surdos” – INES.
Nesta época a Ana Rímola de Faria Daoria assumiu a
direção do INES com a assessoria da professora Alpia
Couto , proibiram a língua de sinais oficialmente nas salas
de aula, mesmo com a proibição os alunos surdos
continuaram usar a língua de sinais nos corredores e nos
pátios da escola.
1960
Willian Stokoe publicou “Linguage Structure: na
Outline of the Visual Communication System of the
American Deaf” afirmando que ASL é uma língua com
todas as características da língua oral. Esta publicação foi
uma semente de todas as pesquisas que floresceram em
Estados Unidos e na Europa.
1961
O surdo brasileiro Jorge Sérgio L. Guimarães
publicou no Rio de Janeiro o livro “Até onde vai o Surdo”,
onde narra suas experiências de pessoa surda em forma de
crônicas.
1969
A Universidade Gallaudet adotou a Comunicação
Total.
O padre americano Eugênio Oates publicou no Brasil
“Linguagem das Mãos”, que contém 1258 sinais
fotografados.
1977
Foi criada a FENEIDA (Federação Nacional de
Educação e Integração dos Deficientes Auditivos) composta
apenas por pessoas ouvintes envolvidas com a problemática
da surdez.
Foi lançado o livro de poemas: “Ansia de amar” do
surdo Jorge Sérgio Gimarães, após a morte do mesmo.
1994
Foi fundada a CBDS, Confederação Brasileira de
desportos de Surdos, em São Paulo- Brasil
1986
Estreou o filme “Filhos do Silêncio”, na qual pela
primeira vez uma atriz surda, a Marlee Matlin, conquistou
o Oscar de melhor atriz em Estados Unidos.
1987
Foi fundada a FENEIS– Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos , no Rio de Janeiro –
Brasil, sendo que a mesma foi reestruturada da antiga ex-
FENEIDA.
A FENEIS conquistou a sua sede própria no dia 8
de janeiro de 1993, Rio de Janeiro - Brasil.
1997
Closed Caption (acesso à exibição de legenda na
televisão) foi iniciado pela primeira vez no Brasil, na
emissora Rede Globo, o Jornal Nacional, em mês de
setembro.
1999
Foi lançada a primeira revista da FENEIS, com
capa ilustrativa do desenhista surdo Silas Queirós
2002
Formação de agentes multiplicadores Libras em
Contexto em MEC/Feneis.
2006
Iniciou Letras/libras com 9 polos

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